25.4.17

Houve orgia cultural na Nova e foi Super

su·per·no·va  • supɛrˈnɔvɐ

substantivo feminino

[Astronomia] fenómeno que geralmente assinala a morte de uma estrela de grande densidade, em resultado de explosões cataclísmicas no seu interior que provocam um aumento repentino da intensidade do seu brilho, antes da perda gradual de luminosidade. (in Infopedia)
O que se passou no Campus de Campolide, no passado fim-de-semana, não foi um fenómeno astronómico, muito menos a morte de uma estrela. Foi uma orgia cultural, a servir de boas-vindas aos alunos da Universidade Nova de Lisboa. Não foi um festival, foi o Supernova. Para a edição deste ano, os Serviços de Acção Social da NOVA, que em 2012 organizaram a primeira edição do já familiar Festival NOVA Música, juntaram-se ao Gerador e elevaram a fasquia, criando algo que prometia ser muito mais do que um festival. E foi.

Houve terapias culturais, em que Domingos Coimbra, José Anjos e João Leitão aliviaram as almas com sugestões musicais, literárias e cinematográficas para todos os humores. Houve aulas de sexualidade, em que Carmo Gê Pereira falou de identidades de género e orientações sexuais num discurso positivo de aceitação, e de masturbação e pornografia sem pudores.

Houve ateliers disto e daquilo para todos os gostos, contos lidos por vozes bonitas e acompanhados de gin tónico, e música espalhada pelo Campus, das salas de aula à garagem. O relvado foi, por duas vezes ao longo da tarde, palco de uma aula aberta de Bollywood, que meteu até os mais tímidos e desajeitados a dançar. Assistir e participar em tudo era impossível, mas escolher também não foi fácil.

Quim Albergaria, “marido e pai de profissão, e amador em tudo o resto”, segundo ele próprio, ou um dos bateristas da banda portuguesa Paus, como a maioria provavelmente o conhece, também participou na festa e falou aos alunos da Nova sobre a sua carreira musical, desde a banda filarmónica de Sacavém até aos palcos de Amesterdão, sobre o encontro com a comunicação estratégica e até sobre a sua passagem pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova.

O mote da conversa foi a Desistência, mas se no final aprendemos alguma coisa foi que “o fim de algo é o princípio de uma coisa qualquer” e que desistir não é virar as costas, mas antes perceber que o nosso lugar não é aquele. Ou então aprendemos que em tempos houve alunos na FCSH com força de vontade suficiente para tentar reavivar a rádio da faculdade.

Entretanto a noite caiu e os Bosque, vencedores do Concurso de Bandas da Nova, inauguraram o Palco Nova Música. Cumprimentaram Campolide com a ingenuidade que lhes é devida e apresentaram um som que, não soando a novo, promete. Os Pista foram os segundos a subir ao palco e puseram a Nova a dançar, como tão bem fazem. Mas a noite era dos miúdos – desculpem, dos senhores – de Alvalade.

Os Capitão Fausto foram recebidos, pela segunda vez no Campus de Campolide, por um relvado cheio que percorreu com eles uma hora e meia de viagem musical. O último álbum foi rei e senhor da noite, mas até o Gazela de 2014 foi revisitado e a homónima Supernova foi cantada em quase uníssono. Foram aquilo a que já habituaram e findaram a noite em grande. As boas-vindas ficaram dadas e estão todos a desejar que para o ano haja mais.



Fotografia: Maria Inês da Conceição

Orginalmente publicado em: A Drogaria

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